sábado, 28 de fevereiro de 2009

BREVE PAUSA

BEM POR UM TEMPO NÃO MAIS POSTAREI
AS VEZES SER ROMATICA CANSA
MAS ISSO NÃO SIGNIFICA QUE EU NÃO GOSTE...
HÁ MUITOS TRABALHOS DA FACUL PRA FAZER
ENTÃO ACHO QUE É BOM DAR UM TEMPO

ATÉ BRE AOS QUE ACOMPANHAM MINHAS IDEIAS

Pequeno Exclarecimento

Simultaneamente - Mario Quintana

Desistir...

Amar é:

Dizer oi

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Me liga - Os Paralamas Do Sucesso


Eu sei, jogos de amor são pra se jogar
Ah por favor não vem me explicar
O que eu já sei, e o que eu não sei
O nosso jogo não tem regras nem juiz
Você nào sabe quantos planos eu já fiz
Tudo que eu tinha pra perder eu já perdi
O seu exército invadindo o meu país
Se você lembrar, se quiser jogar

Me liga, me liga
Mas sei, que não se pode terminar assim
O jogo segue e nunca chega ao fim
E recomeça a cada instante a cada instante
Eu não te peço muita coisa só uma chance
Pus no meu quarto, seu retrato na estante
Quem sabe um dia eu vou te ter ao meu alcance
Ai como ia ser bom se você deixasse

terça-feira, 24 de fevereiro de 2009

PIERROT, COLOMBINA E ARLEQUIM


PERSONAGENS:

Arlequim : Um desejo
Pierrot : Um Sonho
Colombina: A Mulher

Em qualquer terra em que os homens amem.
Em qualquer tempo onde os homens sonhem.
Na vida.

BEIJO DE ARLEQUIM

I

O crescente cintila como uma cimitarra. Lírios longos, grandes mãos
brancas estendidas para o luar, bracejam nas pontas das hastes. Uma
balaustrada. Uma bandurra. Um Arlequim. Um Pierrot E, sobre as
máscaras e os lírios, a volúpia da noite, cheia de arrepios e de aromas.

ARLEQUIM diz:

Foi assim: deslumbrava a fidalga beleza da turba nos salões da Senhora Duquesa.
Um cravo, em tom menor, numa voz quase humana, tecia o madrigal de uma antiga pavana. Eu descera ao jardim. Cheirava a heliotrópio e vi, como quem vê num vago sonho de ópio, uma loura mulher...

PIERROT

Loura?

ARLEQUIM
Como as espigas...
Como os raios de sol e as moedas antigas...Notei-lhe, sob o luar, a cabeleira crespa,
anca em forma de lira e a cintura de vespa, um cravo no listão que o seio lhe bifurca,
pezinhos de mousmé, olhos grandes, de turca... A boca, onde o sorriso era como uma abelha, recendia tal qual uma rosa vermelha.

PIERROT

Falaste-lhe?

ARLEQUIM

Falei...

PIERROT

E a voz?

ARLEQUIM

Vaga e fugace.
Tinha a voz de uma flor, se acaso a flor falasse...

PIERROT

E depois?

ARLEQUIM

Eu fiquei, sob a noite estrelada, decidido a ousar tudo e não ousando nada...
Vinha dela, pelo ar, espiritualizado numa onda volúpia, um cheiro de pecado...
Tinha a fascinação satânica, envolvente, que tem por um batráquio o olhar duma serpente... e fiquei, mudo e só, deslumbrado e tristonho, sentindo que era real o que eu julgava um sonho! Em redor o jardim recendia.
Umas poucas
tulipas cor de sangue, abertas como bocas, pela voz do perfume insinuavam perfídias...

Tremia de pudor a carne das orquídeas... Os lírios senhoreais, esbeltos como galgos,
abriram para o céu cinco dedos fidalgos fugindo à mão floral do cálix longo e fino.
Um repuxo cantava assim como um violino e, orquestrando pelo ar as harmonias rotas, desmanchava-se em sons, ao desfazer-se em gotas! Entre a noite e a mulher, eu trêmulo hesitava: se a noite seduzia, a mulher deslumbrava!
Dei uns passos
Ao ruído agitou-se assustada. Viu-me...

PIERROT

E ela que fez?

ARLEQUIM

Deu uma gargalhada.

PIERROT

Por que?

ARLEQUIM

Sei lá! Mulher...Talvez porque ela achasse ridículo Arlequim com ar de Lovelace...
Aconcheguei-me mais: “Deus a guarde, Senhora!”
- Obrigada. Quem és?
- “Um arlequim que a adora!”

Vinha do seio dela, entre a renda e a miçanga, um cheiro de mulher e um cheiro de cananga. Eram os olhos seus, sob a fronte alva e breve, como dois astros de ouro a arder num céu de neve. Mordia, por não rir, o lábio úmido e langue, vermelho como um corte inda vertendo sangue...E falei-lhe de amor...

PIERROT

E ela?

ARLEQUIM

Ficou calada...
Meu amor disse tudo, ela não disse nada, mas ouviu , com prazer, a frase que renova
no amor que é sempre velho, a emoção sempre nova!

PIERROT

Que lhe disseste enfim?

ARLEQUIM

O ardor do meu desejo,
a glória de arrancar dos seus lábios um beijo, a volúpia infernal dos seus olhos
devassos, o prazer de a estreitar , nervoso, nos meus braços, de sentir a lascívia heril dos seus meneios, esmagar no meu peito a carne dos seus seios!

PIERROT, assustado:

Tu ousaste demais...

ARLEQUIM, cínico:

Ingênuo! A mulher bela
adora quem lhe diz tudo o que é lindo nela. Ousa tudo, porque todo o homem enamorado se arrepende, afinal, de não ter tudo ousado.

PIERROT

E ela?

ARLEQUIM

Vinha pelo ar, dos zéfiros no adejo, um perfume de amor lascivo como um beijo, como se o mundo em flor vibrasse, quente e vivo, no erotismo triunfal de um amor coletivo!

PIERROT, fremindo:

E ela?

ARLEQUIM

Ansiando, ouviu toda essa paixão louca, levantou-se...

PIERROT

Depois?

ARLEQUIM , triunfante:

Deu-me um beijo na boca!

Um silêncio cheio de frêmito. Os lírios tremem. Pierrot
olha o crescente. Arlequim dá um passo, vê a brandura,
toma-a entre as mãos nervosas e magras e tange, distraído,
as cordas que gemem.

ARLEQUIM

Linda viola.

PIERROT, alheado:

Bom som...

ARLEQUIM

Que musicais surpresas não encerra a mudez
destas cordas retesas...

Confidencial a Pierrot:

Olha: penso, Pierrot, que não existe em suma, entre a viola e a mulher, diferença nenhuma. Questão de dedilhar, com certa audácia e calma, numa...estas cordas de aço, e na outra...as cordas d’alma!

Suavemente, exaltando-se:

O beijo da mulher! Ó sinfonia louca da sonata que o amor improvisa na boca... No contado do lábio, onde a emoção acorda, sentir outro vibrar, como vibra uma corda... À vaga orquestração da frase que sussurra ver um corpo fremir tal qual uma bandurra...Desfalecer ouvindo a música que canta no gemido de amor que morre na garganta...Colar o lábio ardente à flor de um seio lindo, ir aos poucos subindo...ir aos poucos subindo...até alcançar a boca e escutar, num arquejo, o universo parar na síncope de um beijo!

.........................................................................................................................................

Eis toda a arte de amar! Eis, Pierrot fantasista, a suprema criação da minha alma de artista. Compreendes?

PIERROT, ansiado:

E a mulher?

ARLEQUIM, lugubremente:

A mulher? É verdade...
Levou naquele beijo a minha mocidade.

PIERROT

E agora? Onde ela está?

ARLEQUIM, ironicamente místico:

No meu lábio, no ardor desse beijo, que é todo um romance de amor!

Seduzido pela angústia da saudade:

No temor de pedi-lo e na glória de tê-lo...
No gozo de prová-lo e na dor de perdê-lo...
No contato desfeito e no rumor já mudo...
No prazer que passou...Nesse nada que é tudo:
O passado!... a lembrança... a saudade... o desejo...

Balbuciando:

Um jardim... Um repuxo...Uma mulher... Um beijo....

(Longo silêncio cheio de evocação e de cismas).

PIERROT, ingenuamente:

É audaciosa demais a tua história...




ARLEQUIM, ríspido:

Enfim,
um Arlequim, Pierrot, é sempre um Arlequim. Toda história de amor só presta se tiver, como ponto final, um beijo de mulher!

O SONHO DE PIERROT

II

PIERROT

Eu também, Arlequim, nesta vida ilusória, como todos Pierrots, eu tenho uma história, vaga, talvez banal, mas triste como um cântico...

ARLEQUIM, sarcástico:

Não compreendo um Pierrot que não seja romântico, branco como o marfim, magro como um caniço, enchendo o mundo de ais, sem nunca passar disso.

PIERROT

Debochado Arlequim!
ARLEQUIM

Branco Pierrot tristonho...

PIERROT

Teu amor é lascívia!

ARLEQUIM

E o teu amor é sonho...

PIERROT

É tão doce sonhar!... A vida , nesta terra, vale apenas, talvez, pelo sonho que encerra. Ver vaga e espiritual, das cismas nos refolhos, toda uma vida arder na tristeza de uns olhos; não tocar a que se ama e deixar intangida aquela que resume a nossa própria vida, eis o amor, Arlequim. , misticismo tristonho, que transforma a mulher na incerteza de um sonho....

ARLEQUIM, escarninho:

Esse amor tão sutil que teus nervos reclama só se aplica aos Pierrots?

PIERROT

Não! A todos os que amam!
Aos que têm esse dom de encontrar a delícia na intenção da carícia e nunca na carícia...Aos que sabem, como eu, ver que no céu reflete a curva do crescente, um vulto de Pierrette...

ARLEQUIM, zombeteiro:

Eterno sonhador! Tu crês que vive a esmo tudo aquilo que sai de dentro de ti mesmo. Vês, se fitas o céus, garota e seminua, Colombina sentada entre os cornos da lua...Quanta vezes não viste o seu olhar abstrato nos fosfóreos vitrais das pupilas de um gato?

PIERROT

Essas frases cruéis, que mordem como dentes, só mostram, Arlequim, que somos diferentes. Mas minha alma, afinal, é compassiva e boa: não compreendes Pierrot. E Pierrot te perdoa...

ARLEQUIM

Tua história, vai lá! Senta-te nesse banco. Conta-me: “Era uma vez um Pierrot muito branco...”
A história de um Pierrot sempre nisso consiste... Começa.

PIERROT narrando:

“Era uma vez... um Pierrot... muito triste... “

Uma voz, na distância, corta, argentina, a narração de Pierrot.

A VOZ

Foi um moço audaz, que vejo
no meu sonho claro e doce,
O amor que primeiro amei..
Abraçou-me: deu-me um beijo
e, depois, lento, afastou-se,
e nunca mais o encontrei.

Num ser pálido e doente
resume-se o que consiste
o segundo amor que amei.
Ele olhou-me tristemente...
Eu olhei-o muito triste...
E nunca mais o encontrei!

Esse amor deu-me o desejo
daquele beijo encontrar.
Mas nunca, reunidas, vejo,
a volúpia desse beijo,
e a tristeza desse olhar...

A voz agoniza nos ecos. Pierrot e Arlequim tendem o ouvido procurando no ar mais uma estrofe.

ARLEQUIM

Essa voz...

PIERROT

Essa voz...

ARLEQUIM

Só de ouvi-la estremeço...

PIERROT

Eu conheço essa voz!

ARLEQUIM

Essa voz eu conheço...

Um sopro de brisa arrepia as plantas.

PIERROT
Escuta...

ARLEQUIM

Escuta...

PIERROT
Ouviste?

ARLEQUIM
Um sussurro...

PIERROT

Um lamento...

ARLEQUIM

Foi o vento talvez.

PIERROT

Sim. Talvez fosse o vento.

ARLEQUIM

Conta a história, Pierrot.

Pierrot continuando:

Numa noite divina
como tu, num jardim, encontrei Colombina. Loira como um trigal e branca como a lua.

ARLEQUIM

Era loira também?

PIERROT

Tão loira como a tua...
Eu descera ao jardim quebrado de fadiga. Dançavam no salão...

ARLEQUIM, interrompendo:

... uma pavana antiga,
e notaste ao luar a cabeleira crespa...

PIERROT

... a anca em forma de lira...


ARLEQUIM

... e a cintura de vespa!

PIERROT

Mãos mimosas, liriais...

ARLEQUIM

Em minúcias te expandes!

PIERROT

Um pé muito pequeno...

ARLEQUIM

Uns olhos muito grandes!
Uma mulher igual à que encontrei na vida?

PIERROT, ofendido:

Enganas-te, Arlequim, nem mesmo parecida!
Era tal a expressão do seu olhar profundo,
que não pode existir outro igual neste mundo!
Felinamente ardia a íris verdoenga e dúbia,
como o sinistro olhar de uma pantera núbia.

Esses olhos fatais lembravam traiçoeiras
feras, armando ardis nos fojos das olheiras!
Tão vivos que, Arlequim, desvairado, os supus
duas bocas de treva e erguer brados de luz!
Tripudiavam o bem e o mal nos seus refolhos.

ARLECRIM, cismando:

Essas coisas também ardiam nos seus olhos...

PIERROT

Tive medo, Arlequim! Vendo-os, num paroxismo
eu tinha a sensação de estar sobre um abismo.
Não sei porque o olhar dessa estranha criatura
era cheio de horror...e cheio de doçura!
Eu desejava arder nessas chamas inquietas...

ARLEQUIM

Tendo o fim dos Pierrots?

PIERROT

Tendo o fim dos Poetas!
Aconcheguei-me dela, a alma vibrante louca, o coração batendo...

ARLEQUIM

E beijaste-lhe a boca.

PIERROT, cismarento:

Não...Para que beijar? Para que ver, tristonho, no tédio do meu lábio o vácuo do meu sonho... Beijo dado, Arlequim, tem amargos ressábios...
Sempre o beijo melhor é o que fica nos lábios,
esse beijo que morre assim como um gemido,
sem ter a sensação brutal de ser colhido...

ARLEQUIM

E que disse a mulher?

PIERROT

Suspirou de desejo...

ARLEQUIM , mordaz:

Preferia, bem vês, que lhe desses um beijo!

PIERROT

Não. Ela olhou-me. Olhei... E vi que, comovida, sentiu que , nesse olhar, eu punha a minha vida...

Um silêncio cheio de angústias vagas.
Sob o luar claro as almas brancas dos
Lírios evocam fantasmas de emoções
mortas. Os espectros das memórias
parecem recolher, como numa urna invi-
sível, a saudade romântica de Pierrot...


ARLEQUIM, tristonho:
Essa história, Pierrot, é um pouco merencória...

PIERROT

A história desse olhar é toda a minha história.

ARLEQUIM
E não a viste mais?

PIERROT

Nem sei mesmo se existe...

ARLEQUIM, contendo o riso:

É de fazer chorar! Tudo isso é muito triste!

Tomando-o pelo braço, confidencialmente:

Entretanto, ouve aqui, à guisa de consolo:
diante dessa mulher...foste um Pierrot bem tolo!
Aprende, sonhador! Quando surgir o ensejo,
entre um beijo e um olhar, prefere sempre um beijo!

PIERROT, desconsolado:

Lamentas-me Arlequim?
ARLEQUIM

Tu não compreendeste: choro não ter colhido o beijo que perdeste.

O AMOR DE COLOMBINA

II

Uma voz que canta se aproxima.

A VOZ

Esse olhar deu-me o desejo
daquele beijo encontrar,
mas nunca , reunidas, vejo
a volúpia desse beijo
e a tristeza desse olhar!

PIERROT , extasiado:

Escutaste, Arlequim, que cantiga tão bela?

ARLEQUIM

Era dela esta voz?

PIERROT

Esta voz era dela...

Arlequim está imerso na sombra e um raio de luar ilumina
Pierrot. Entra Colombina trazendo uma braçada de flores.

COLOMBINA, vendo Pierrot:

Tu? Que fazes aqui?

PIERROT
Espero-te, divina...A sorte de um Pierrot é esperar Colombina!

COLOMBINA

Pela terra florida, olhos cheios de pranto, eu procurei-te muito...

PIERROT

E eu esperei-te tanto!

COLOMBINA

Onde estavas, Pierrot? Entre as balsas amigas, tendo no peito um sonho e no lábio cantigas, dizia a cada flor: “Mimosa flor, não viste um Pierrot muito branco...”

PIERROT

Um Pierrot muito triste...

COLOMBINA

E respondia a flor: “Sei lá... Nestas campinas passam tantos Pierrots atrás de Colombinas...” E eu seguia e indagava: “Ó regato risonho: não viste, por acaso, o Pierrot do meu sonho? “ E o regato correndo e cantando, dizia: “Coro e canto e não vejo” - e cantava e corria... Nos céus, ergendo o olhar, eu via, esguio e doente, o pálido Pierrot recurvo do crescente...
Assim te procurei, entre as balsas amigas, tendo no peito um sonho e no lábio cantigas, só porque, meu amor, uma noite, num banco, eu encontrara olhar de um triste Pierrot branco.

PIERROT

Não! Não era um olhar! Ardia nessa chama
toda a angústia interior do meu peito que te ama
Nosso corpo é tal qual uma torre fechada
onde sonha , em seu bojo, uma alma encarcerada.
Mas se o corpo é essa torre em carne e sangue erguida,
O olhar é uma janela aberta para a vida,
e, na noite de cisma, enevoada e calma,
na janela do olhar se debruça nossa alma

COLOMBINA, languidamente abraçada a Pierrot:

Olha-me assim, Pierrot... Nada mais belo existe
que um Pierrot muito branco e um olhar muito triste...
Os teus olhos, Pierrot, são lindos como um verso.
Minh’alma é uma criança, e teus olhos um berço
com cadências de vaga e, à luz do teu olhar,
tenho ânsias de dormir, para poder sonhar!
Olha-me assim, Pierrot... Os teus olhos dardejam!
São dois lábios de luz que as pupilas me beijam...
São dois lagos azuis à luz clara do luar...
São dois raios de sol prestes a agonizar...
Olha-me assim Pierrot... Goza a felicidade
de poluir com esse olhar a minha mocidade
aberta para ti como uma grande flor,
meu amor...meu amor...meu amor...

PIERROT

Meu amor!

Colombina e Pierrot abraçam-se ternamente. Há, como
um cicio de beijos, entre os canteiros dos lírios. Arlequim,
vendo-os, sai da treva e, com voz firme, chama.

ARLEQUIM

Colombina!
COLOMBINA, voltando-se assustada:

Quem é?

ARLEQUIM

Sou alguém, cuja sina foi amar, com Pierrot, a mesma
Colombina. Alguém que, num jardim, teve o sublime ensejo de beijar-te e jamais se esquecer desse beijo!

COLOMBINA, desprendendo-se de Pierrot:

Tu, querido Arlequim!

ARLEQUIM, galanteador:

Arlequim que te adora...Que te buscava há tanto e que te encontra agora.

COLOMBINA

E procurei-te em vão, mas te esperava ainda.

ARLEQUIM a Pierrot:

Ela está mais mulher...

PIERROT num êxtase:

Ai! Ela está mais linda!

ARLEQUIM, enfatuado, a Colombina:

És linda, meu amor! Nessa formas perpassa
na cadência do Ritmo, a leveza da Graça.
Teus braços musicais, curvos como perfídia,
têm a graça sensual de uma estátua de Fídias.
Não sendo inda mulher, nem sendo mais criança,
encarnas, grande viva, a Flor de Liz de França...
Sobe da anca uma curva ondulante que chega
a teu corpo plasmar como uma ânfora grega
e é teu vulto triunfal, longo, heráldico, esgalgo,
coleante como um cisne e esbelto como um galgo!

COLOMBINA, fascinada:
Lindo!

ARLEQUIM

E não disse tudo... E não disse do riso
boêmio como ébrio e claro como um guizo.
E ainda não falei dessa voz de sereia
que, quando chora, canta, e quando ri, gorjeia...

Não falei desse olhar cheio de magnetismo,
que fulge como um astro e atrai como um abismo,
e do beijo, que como uma carícia louca...
inda canta em meu lábio e inda sinto na boca!

COLOMBINA com um voz sombria de volúpia:

Fala mais, Arlequim! Tua voz quente e langue
tem lascivo sabor de pecado e de sangue.
O venenoso amor que tua boca expele,
põe-me gritos na carne e arrepios na pele!
Fala mais, Arlequim! Quando te escuto, sinto
O desejo explodir das potências do instinto,
O brado da volúpia insopitada, a fúria,
do prazer latejando em uivos de luxúria!
Fala mais, Arlequim! Diz o ardor que enlouquece
a amada que se toca e aos poucos desfalece,
e que, cega de amor, lábio exangue, olhar pasmo,
agoniza num beijo e morre num espasmo.
Fala mais, Arlequim! Do monstruoso transporte
que, resumindo a vida, anseia pela morte,
dessa angústia fatal, que é o supremo prazer
da glória de se amar, para depois morrer!

PIERROT, num soluço:

Ai de mim!...

COLOMBINA, como desperta:

Tu Pierrot!

PIERROT, num fio de voz:

Ai de mim que, tristonho, trazia
à tua vida a oferta do meu sonho...Pouca coisa, porém... Uma alma ardente e inquieta arrastando na terra um coração de poeta.
Na velha Ásia, a Jesus, em Belém, um Rei Mago, não tendo outro partiu através de
Cartago, atravessando a Síria, o Mar Morto infinito, a ruiva e adusta Líbia, o mudo e fulvo Egito, as várzeas de Gisej, o Hebron fragoso e imenso, só para lhe ofertar uns grânulos de incenso... Também vim, sonhador, pela vida, tristonho, trazer-te o meu amor no incenso do meu sonho.

COLOMBINA com ternura:

Como te amo, Pierrot...


ARLEQUIM

E a mim, cujo desejo te abriu o coração com a chave do meu beijo? A tua alma era como a Bela Adormecida: o meu beijo a acordou para a glória da vida!

CALOMBINA fascinada:

Como te amo, Arlequim!...

PIERROT

desvairado pelo ciúme, apertando-lhe os pulsos,
numa voz estrangulada:

A incerteza que esvoaça desgraça muito mais do que a própria desgraça. Escolhe entre nós dois... Bendiremos os fados sabendo o que é feliz, entre dois desgraçados!

ARLEQUIM

Dize: Queres-me bem?

PIERROT:

Fala: gostas de mim?

COLOMBINA, hesitante:

A Pierrot:

Eu amo-te , Pierrot...

A Arlequim:

... Desejo-te, Arlequim...

ARLEQUIM, soturnamente:

A vida é singular! Bem ridícula, em suma... Uma só, ama dois... e dois amam só uma!..

COLOMBINA , sorrindo e tomando ambos pela mão:

Não! Não me compreendeis... Ouvi, atentos, pois meu amor se compõe do amor de todos dois... Hesitante, entre vós, o coração balanço:

A Arlequim:

O teu beijo é tão quente...

A Pierrot:

O teu sonho é tão manso...

Pudesse eu repartir-me e encontrar minha calma dando a Arlequim meu corpo e a Pierrot a minh’alma! Quando tenho Arlequim, quero Pierrot tristonho, pois um dá-me o prazer, o outro dá-me o sonho!
Nessa duplicidade o amor todo se encerra: um me fala do céu... outro fala da terra!
Eu amo, porque amar é variar, e em verdade toda a razão do amor está na variedade...
Penso que morreria o desejo da gente, se Arlequim e Pierrot fossem um ser somente,
porque a história do amor pode escrever-se assim:

PIERROT
Um sonho de Pierrot...

ARLEQUIM

E um beijo de Arlequim!

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009

NEMO

Este sou eu para todo o sempre
Um dos perdidos
Aquele sem nome
Sem um coração honesto como bússola

Este sou eu para todo o sempre
Um sem um nome
Estas linhas são o último esforço
Para encontrar a linha da perdida vida

Oh, como eu desejo
Uma chuva suave
Tudo o que eu quero é sonhar novamente
Meu coração amoroso
Perdido na escuridão
Por esperança eu daria tudo o que sou

Minha flor, decomposta entre
As páginas dois e três
O florescer único e eterno
Se foi com meus pecados

Ande pelo caminho escuro
Durma com os anjos
Peça ajuda ao passado
Toque-me com seu amor
Nemo meu nome verdadeiro

Oh, como eu desejo
Uma chuva suave
Tudo o que eu quero é sonhar novamente
Meu coração amoroso
Perdido na escuridão
Por esperança eu daria tudo o que sou

Oh, como eu desejo
Uma chuva suave
Oh, como eu quero sonhar novamente
De uma vez por todas
E tudo de uma vez
Nemo, meu nome para todo o sempre

Nemo, navegue para casa
Nemo, deixe-me ir

Oh, como eu desejo
Uma chuva suave
Tudo o que eu quero é sonhar novamente
Meu coração amoroso
Perdido na escuridão
Por esperança eu daria tudo o que sou

Oh, como eu desejo
Uma chuva suave
Oh, como eu quero sonhar novamente
De uma vez por todas
E tudo de uma vez
Nemo, meu nome para sempre mais

Meu nome para sempre mais

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Pra você se lembrar de mim

Você pode inventar estórias
Só para se distrair.
Você pode fazer tipo
Contar mentiras, fazer bobagens.
Você pode contar segredos
Para estranhos.
Você pode tudo,
Menos me esquecer.

E toda vez que o céu
Mudar de cor
E a lua deitar com as estrelas
Você vai lembrar de mim.
E toda vez que um headphone
Passar ao seu lado
Em uma garota de cabelos cacheados
Você vai sim, lembrar de mim.

Você pode chorar
Pelos motivos errados.
Procurar o seu momento
Numa música triste (rock triste?).
Sorrir ou chorar num show,
Lembrar dos murros que dei.
E se perder,
Tentando não me encontrar.
Você pode tudo,
Menos me esquecer.

E toda vez que o mar
Beijar a areia
E uma onda se acalmar.
Trazendo para perto de ti
Um brejeiro siri
Você vai lembrar de mim.
E toda vez que um beijo
For roubado
E um sorriso insistir em sair
Você vai sim, lembrar de mim.

Porque o nosso amor é diferente.
É inerente.
E vai estar para sempre,
Na sua mente
E no meu coração.

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Quando o carnaval chegar

Quem me vê sempre parado, distante garante que eu não sei sambar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tô só vendo, sabendo, sentindo, escutando e não posso falar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo as pernas de louça da moça que passa e não posso pegar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Há quanto tempo desejo seu beijo molhado de maracujá
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me ofende, humilhando, pisando, pensando que eu vou aturar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
E quem me vê apanhando da vida duvida que eu vá revidar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu vejo a barra do dia surgindo, pedindo pra gente cantar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar
Eu tenho tanta alegria, adiada, abafada, quem dera gritar.

AH!!! COMO EU ODEIO CARNAVAL, VER AQUELE BANDO DE GENTE SEM CULTURA PULANDO, AQUELAS MICARETAS, AQUELE POVO COM UM ABADA RIDICULO, AQUELE MONTE DE BEBADOS, MULHERRES SEMI-NUAS, AQUELE SOM ESTRIDENTE E IRRITANTE, ESSA PROGRAMAÇÃO CHATA DA TV... AFFFF CARNAVAL

sexta-feira, 20 de fevereiro de 2009

Música Calma para Ouvidos Sensíveis - The flanders


Ó Deus escuta a minha oração
Vem e renova o meu coração
Eu já não quero mais viver assim
Manda a tristeza pra longe de mim
Eu finalmente quero ser só seu
Sei que me ama, já me convenceu
Tudo o que sou quero deixar pra trás
Sua presença me inunda de paz
E nesse instante eu me arrependo
E você me estende a sua mão
Do meu passado eu já nem me lembro
Vim aqui pra te pedir perdão

Ladeira abaixo - The flanders

Tantas oportunidades se transformaram em dificuldades
Pois já não queria decidir
Quantas portas abertas e estradas tão desertas
E aí, qual o caminho a seguir?
Ir embora pra bem longe ou aceitar que esse sempre foi o seu lugar
Tentar se esconder
Poderia ter roubado a cena
Resolvido todos os seus problemas
Mas ele não sabia o que fazer
Tão indeciso, Tão indeciso
Entre alcançar o céu ou mergulhar no precipício
Quem pode acorda tão cedo
Ou continuar dormindo só você vai poder decidir
Voltar atrás ou seguir em frente sem parar
Escolha qual caminho quer seguir
Tão indeciso, Tão indeciso
Entre alcançar o céu ou mergulhar no precipício

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

TUDO QUE EU FALEI DORMINDO

Aumenta o som do meu stereo
Que eu quero te levar a sério
Apaga a luz e chega perto
Pra eu te mostrar os meus segredos
Você dormiu sem me dizer as coisas boas do seu dia
E eu saí sem te contar que o que importa nessa vida
É só deixar rolar e sempre...é só deixar rolar

E no meu corpo ainda sinto o seu perfume
O resultado do nosso confronto
E se para os outros já não faz sentido
Eu continuo tentando insistindo
Você dormiu sem me dizer as coisas boas do seu dia
E eu saí sem te contar que o que importa nessa vida
É só deixar rolar e sempre...é só deixar rolar

Sei lá tudo pode parecer estranho
Sei lá tudo pode parecer a todo tempo de verdade

E tudo o que eu falei dormindo
Eu sempre quis dizer de dia
Invento artifícios para nunca te perder
Eu não vou te perder...

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

domingo, 15 de fevereiro de 2009

sábado, 14 de fevereiro de 2009

SEGREDOS - FREJAT


Eu procuro um amor
Que ainda não encontrei
Diferente de todos que amei...

Nos seus olhos quero descobrir
Uma razão para viver
E as feridas dessa vida
Eu quero esquecer...

Pode ser que eu a encontre
Numa fila de cinema
Numa esquina
Ou numa mesa de bar...

Procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

E eu vou tratá-la bem
Prá que ela não tenha medo
Quando começar a conhecer
Os meus segredos...

Eu procuro um amor
Uma razão para viver
E as feridas dessa vida
Eu quero esquecer...

Pode ser que eu gagueje
Sem saber o que falar
Mas eu disfarço
E não saio sem ela de lá...

Procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

E eu vou tratá-la bem
Prá que ela não tenha medo
Quando começar a conhecer
Os meus segredos...

Procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

Eu procuro um amor
Que seja bom prá mim
Vou procurar
Eu vou até o fim...

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

domingo, 8 de fevereiro de 2009

AMADO _ VANESSA DAMATA

Como pode ser gostar de alguém
E esse tal alguém não ser seu
Fico desejando nós gastando o mar
Pôr-do-sol, postal, mais ninguém

Peço tanto a Deus
Para lhe esquecer
Mas só de pedir me lembro
Minha linda flor
Meu jasmim será
Meus melhores beijos serão seus

Sinto que você é ligado a mim
Sempre que estou indo, volto atrás
Estou entregue a ponto de estar sempre só
Esperando um sim ou nunca mais

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer

Sinto absoluto o dom de existir,
Não há solidão, nem pena
Nessa doação, milagres do amor
Sinto uma extensão divina

É tanta graça lá fora passa
O tempo sem você
Mas pode sim
Ser sim amado e tudo acontecer
Quero dançar com você
Dançar com você
Quero dançar com você
Dançar com você

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

Ah o amor... eu quero um





Carlos Drumond de Andrade

Se os olhares se cruzarem e neste momento,
houver o mesmo brilho intenso entre eles, fique alerta:
pode ser a pessoa que você está esperando desde o dia em que nasceu.

Se o primeiro e o último pensamento do seu dia for essa pessoa …

Se a vontade de ficar juntos chegar a apertar o coração, agradeça:
Deus te mandou um presente divino - o amor.

Se um dia tiverem que pedir perdão um ao outro por algum motivo e em troca
receber um abraço, um sorriso, um afago nos cabelos e os gestos valerem
mais que mil palavras, entregue-se: vocês foram feitos um para o outro …

Se você conseguir, em pensamento,
sentir o cheiro da pessoa como se ela estivesse ali do seu lado …

Se por algum motivo você estiver triste, se a vida te deu uma rasteira e a
outra pessoa sofrer o seu sofrimento, chorar as suas lágrimas e enxugá-las com ternura,
que coisa maravilhosa: você poderá contar com ela em qualquer momento de sua vida …

Se você achar a pessoa maravilhosamente linda, mesmo estando ela de pijamas velhos,
chinelos de dedo e cabelos emaranhados …

Se você não consegue trabalhar direito o dia todo,
ansioso pelo encontro que está marcado para a noite …

Se você não consegue imaginar, de maneira nenhuma,
um futuro sem a pessoa ao seu lado …
É o amor que chegou na sua vida. É uma dádiva.

Se você tiver a certeza que vai ver a outra envelhecendo e,
mesmo assim tiver a convicção que vai continuar sendo louco por ela …

Se você preferir morrer, antes de ver a outra partindo …
É o amor que chegou na sua vida !

Por isso, preste atenção nos sinais - não deixe que as loucuras do dia-a-dia
o deixem cego para a melhor coisa da vida:
muitas pessoas apaixonam-se muitas vezes na vida,
mas poucas amam ou encontram um amor verdadeiro.
Ou, às vezes encontram e, por não prestarem atenção nesses sinais,
deixam o amor passar, sem deixá-lo acontecer verdadeiramente.

Preste atenção nos sinais e não deixe que as loucuras do dia-a-dia
o deixem cego para a melhor coisa da vida:

O AMOR

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

PROCURA-SE

Procuro um amor novo amor com quem possa ter ressonâncias...
num encontro pleno de respeito, cumplicidade e parceria.
Alguém com quem seja possível dividir alegrias, delicadezas e alguns sonhos...
não muitos, mas o suficiente para continuar a criar a magia do amar...
e ser amado.

Busco assim por você que tenha leveza de alma e espírito,
com total disponibilidade afetiva,
que goste de viver a vida
e que queira verdadeiramente um grande amor repleto de aventuras

Nâo precisa ser um amor zero quilômetro,
mas tem que ser dos bons.
Daqueles de ter vontade de acordar mais cedo
para levar café na cama,
de ligar no meio do dia para dizer que sentiu saudade,
de fazer bobagens, escrever bilhetinhos,
fugir na madrugada em busca do desconhecido...
um amor que não precisa durar para sempre
mas que "seja infinitamente bom enquanto dure."

Procuro um amor que seja fiel e honesto,
que saiba contar piadas
e sussurrar no meu ouvido
palavrinhas gostosas para antes e depois do amor.

Procuro um amor que saiba viver sozinho,
que invada meu mundo devagarinho
e me convença que vale a pena ficar.

Procuro um amor quentinho...
daqueles que não grudam na pele no verão
mas que aquecem que nem edredom
quando chega o inverno.
Amor de dormir agarrado,
de dançar colado e beijar na frente de todo mundo.

Procuro por fim um novo amor,
um companheiro que seja meu amigo e meu amante,
que goste de pipocas em tardes de chuva,
e que queira andar de mãos dadas comigo pela vida.

Pode ser você?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

domingo, 1 de fevereiro de 2009

OLHOS CLAROS


Linda moça dos olhos claros
Olhos que, penetrantes, enxergam minh’alma
Transmitem em cada olhar,
Aquela paz que todos querem um dia provar e conhecer

Moça linda, do corpo belo
Cujas formas são como a estrada sem volta
Que levam ao delírio e aos sonhos loucos
Aqueles sonhos que jamais se quer acordar

Moça linda, do sorriso perfeito
Sorriso que remete ao mais profundo prazer
Que por um momento, descontrola, enlouquece
Trazendo a possibilidade de realizar o impossível.

Moça linda da doce voz
Voz que vem tão de longe, mas é tão presente
Que faz esquecer a vida por um momento
Sarando da dor de viver, sem ao menos poder vê-la

Vejo que, cada dia, posso tocar meus sonhos
Posso desejar, esperar e realizar o meu querer
Recebo tanta graça, sem nem mesmo merecer
E digo, com toda certeza, a melhor delas foi te conhecer